Reposição hormonal e câncer. Há riscos de fato?

Na menopausa, o corpo da mulher passa por muitas transformações e algumas delas possuem impactos nem tão positivos. A diminuição de hormônios é uma dessas mudanças e que pode causar desconforto e até mesmo aumento do risco de doenças.

A reposição hormonal vem sendo indicada como uma alternativa para mais saúde e qualidade de vida. Mas há riscos sobre esse tratamento e o câncer? Você confere a resposta a seguir.

Reposição hormonal e o câncer de mama

Embora a queda nos níveis de hormônios femininos leve a um aumento do risco de aparecimento de câncer de mama, um estudo realizado no Kaiser Permanente Center for Health Research em Portland, mostrou que a reposição hormonal com hormônios sintéticos também pode aumentar os riscos desse tipo de câncer.

Para esse estudo, os pesquisadores analisaram os dados de 7.386 mulheres no período de 1980 a 2006. De acordo com o histórico médico, eles identificaram um padrão: o número de câncer de mama aumentou até a década de 90, que foi quando o uso desse tratamento cresceu vertiginosamente e sofreu um impacto importante em 2002, quando foram levantadas as primeiras suspeitas sobre essa relação.

Embora a conclusão não seja definitiva ou matemática, existe uma tendência cada vez mais corroborada que a reposição feita com hormônios sintéticos pode levar ao aparecimento de câncer de mama. O resultado, por exemplo, apresentou-se parecido na pesquisa, mais recente, do Los Angeles Biomedical Research Institute e que avaliou 42 mil mulheres.

Reposição e o câncer de ovário

De acordo com estudiosos da Universidade de Oxford, a terapia de reposição hormonal também está associada ao câncer de ovário. Basicamente, os estudos concluíram que mulheres que fazem esse tratamento com hormônios sintéticos estão 40% mais propensas a desenvolver um câncer de ovário.

Esse risco é tão maior quanto maior é o tempo de uso dos hormônios ou quanto mais perto for o período em relação à interrupção. Isso significa que mulheres que pararam com o tratamento ainda apresentavam os riscos, que só foram eliminados após determinado período de descontinuidade do tratamento.

Apesar disso, o risco existe mesmo para mulheres que usam por menos de cinco anos, tendo sido observados casos de surgimento da doença com apenas três anos de terapia.  

Reposição e o câncer de útero

Outro câncer que pode ser causado pela terapia de reposição de hormônios é o câncer de útero. Apesar disso, esse risco está mais ligado ao tipo de hormônio utilizado do que ao tratamento em si.

Explica-se: mulheres que ainda possuam o útero e que faça uso apenas de estrógeno acabam sofrendo com uma camada muito espessa no útero, que pode levar ao câncer. Nesses casos, esse tipo de tratamento só é recomendado entre quem tenha feito cirurgia de retirada do útero.

Por outro lado, os riscos são reduzidos quando o tratamento é feito também contendo progesterona, que é produzido pelos ovários. Ainda assim, entretanto, os riscos dos outros tipos de câncer continuam existindo.

A reposição hormonal, quando feita com hormônios sintéticos e de maneira relativamente prolongada, aumenta, sim, os riscos de câncer de mama e de ovário. Já o risco de câncer de útero é aumentado devido ao tipo de hormônio escolhido. Por causa disso, é importante pensar em alternativas, como tratamentos de reposição natural.

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